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São João da Boa Vista,14/12/2024

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Rafael Santana

EM PAUTA


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Economia Burra e a Questão dos Gabinetes em São João da Boa Vista

A chamada "economia burra" descreve decisões que, ao invés de proporcionar eficiência, acabam gerando prejuízos para o funcionamento de uma instituição. Esse é um problema evidente na Câmara Municipal de São João da Boa Vista, onde a criação de gabinetes para os vereadores encontrou resistência, especialmente por parte de líderes do Partido Novo. Na última sessão, membros dessa sigla pressionaram contra essa iniciativa, mostrando que, na prática, o partido tem pouco de "Novo" e deixando de lado o compromisso com a eficiência em favor de uma ação que pareceu mais politicagem do que uma contribuição real ao debate. Essa postura não representa todos os seus membros, mas sim uma manobra dos líderes, que perderam uma oportunidade de modernizar o Legislativo da cidade.


A criação dos gabinetes não seria um “gasto excessivo”, mas uma medida para garantir mais transparência e aproximar a Câmara da população. Hoje, sem esses espaços, muitos cidadãos sequer sabem onde fica a Câmara Municipal, o que demonstra como a estrutura atual é ineficaz e distante do público. Com gabinetes próprios, cada vereador poderia atender diretamente aos eleitores e promover um contato mais próximo, oferecendo ao munícipe um local adequado para acompanhar o trabalho dos seus representantes. Isso daria aos cidadãos a chance de verificar quem realmente comparece à Câmara regularmente e trabalha em tempo integral e quem apenas participa das sessões de segunda-feira.


Além disso, essa resistência atrasa uma mudança significativa: as reformas planejadas tornariam a Câmara um espaço muito mais acessível. As alterações propostas incluíam a transferência do plenário para o primeiro andar, criando uma estrutura que garantiria acessibilidade, dignidade e igualdade de acesso para todos. Com essa transformação, a Câmara se tornaria um local onde cada munícipe, independentemente de sua condição física, teria os mesmos direitos e facilidades de acesso. Essa reforma, infelizmente, foi barrada pelas novas "lideranças" que muito falam, mas pouco fizeram pela cidade nos últimos anos. 


Resistir a essa melhoria é perpetuar uma economia que prejudica a transparência e o acesso público, além de comprometer a produtividade do próprio Legislativo. Em cidades menores, onde gabinetes e uma estrutura mínima já existem, os cidadãos conseguem fiscalizar melhor o trabalho dos vereadores e a gestão de recursos públicos. Em São João da Boa Vista, a ausência dessa estrutura limita o contato e o acompanhamento direto do público, afastando a Câmara do seu dever de servir.


A postura do Partido Novo, que se declara defensor da eficiência administrativa, contradiz esse princípio ao impedir a criação de uma estrutura mínima que poderia tornar a Câmara mais funcional, acessível e transparente. Em nome de uma "economia" sem critério, os líderes do partido na cidade priorizaram interesses políticos em vez do interesse público, ignorando a necessidade de modernizar o Legislativo e torná-lo um espaço verdadeiramente acessível e produtivo.


Em comparação a cidades de 30 mil ou 40 mil habitantes, São João da Boa Vista já está muito atrasada em termos de estrutura legislativa. A Câmara não precisa apenas economizar indiscriminadamente, mas sim investir em melhorias que ampliem seu alcance e a aproximem da população. Deixar de criar gabinetes e reformar o prédio não representa um benefício real, mas sim um atraso que prejudica os vereadores e impede que a cidade tenha uma Câmara digna, acessível e eficiente. É uma "economia burra" que, a longo prazo, sairá muito cara para a sociedade.



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